sexta-feira, 3 de julho de 2009

Viva la diferenza...

A FIFA e outras confederações de futebol estão questionando e considerando punição para os jogadores brasileiros pela comemoração após a vitória da Copa das Confederações. Leia mais em: http://br.esportes.yahoo.com/noticias/esportes-fifa-repreende-comemoracao-religiosa-brasil-01072009-25.html

Acho que religião e trabalho não se misturam porque não se pode impor esse tipo de escolha a ninguém. Mas a liberdade de expressão existe e foi conquistada a duras penas. Contanto que o outro também tenha espaço e direito de se expressar, não vejo absolutamente nada de mais em um grupo de pessoas se reunirem e expressarem sua fé em público. Eu vi o que aconteceu e não foi a primeira vez. Quem acompanha a seleção sabe que eles sempre rezam depois de uma conquista e antes de entrar em campo. Alguns são mais entusiastas como Kaká, que sempre usa uma camiseta embaixo do uniforme com a frase I belong to Jesus/Eu pertenço a Jesus. Mas ele está no seu direito de propagar aquilo que acredita. Ele nunca foi arrogante nem tentou converter ninguém, pelo menos não na TV ou no estádio. Nunca se usou do fato de ser figura pública para atrair membros pra sua igreja. O que ele faz quando tira a camisa da seleção ou do seu time, não é mais problema de ninguém, muito menos da FIFA

Fala-se que, com tantas guerras "religiosas" acontecendo pelo mundo, isso poderia soar como provocação ou incitar alguma revolta. Acho que deveria ser visto absolutamente pelo lado oposto. Sabe-se que muitos integrantes da delegação são evangélicos, outros são católicos, quem sabe se há espíritas, budistas... E com certeza há pessoas que nem sequer colocam o pé na igreja, seja que igreja for. Mas, no final, todos se ajoelharam e rezaram um Pai Nosso. Quer maior exemplo de tolerância e respeito ao próximo? Acho que deveria servir de exemplo. Pessoas com diferentes sistemas de crenças, sejam elas religiosas ou não, podem conviver muito bem juntos, desde que se respeite essas diferenças. É isso que nós fazemos todos os dias, em nossas casas, nossos trabalhos, em nossos grupos de amigos... Acho que isso deveria virar regra em partida de futebol: assim como se cantam os hinos dos países, deveria se conceder um minuto pra cada time/seleção se reunir e expressar-se. Deixem que rezem, que recitem o corão, que cantem um mantra ou que não façam nada, que fiquem em silêncio.

Essa é graça da vida. A cereja do sundae. A calda de chocolate no sorvete ou o ovomaltine do milk shake. São tantas opções... mas, no fim, a escolha é nossa. Acho que todos nós já pensamos como seria sem graça viver em um planeta em que todos pensam exatamente igual, vestem as mesmas roupas, falam a mesma língua, acreditam nas mesmas coisas. Não haveria mais cores, seria um mundo cinza, sem graça, sem vida. Não haveria mais nem futebol!!!! Todo mundo iria torcer pelo mesmo time...

Que deixem as diferenças existirem! Que venham as diferenças! Mas, antes de tudo, que se respeitem as diferenças! Afinal, essa é a beleza da vida.

2 comentários:

Vinicius disse...

Queria Ercília,

Eu concordo contigo sobre a liberdade de expressão. O problema, no caso, é que no Brasil há liberdade religiosa e somos um pais que tolera, de certa forma, os ateus.

Mas concordo com o posicionamento da firma quando eles pedem moderação no assunto, já que em partes do mundo o tema religião não é tão simples e prático como no Brasil.

Acho que religião só deve ser demonstrada na igreja/templo/etc. Fora do palco apropriado, exibir sua religião pode ser uma afronta.

Beijos

Ercília disse...

É, caro colega, escrevi um texto parecido no orkut, quem respondeu, posicionou-se quase da mesma maneira que vc. Eu queria só esclarecer que o lance que aconteceu envolvendo futebol e religião foi só um exemplo. O que eu defendo mesmo é a liberdade de escolha e de expressão. Quantas vezes o próprio futebol invadiu palcos que não eram o dele? Mas falar em religião é sempre polêmico. Tudo bem, acho que agora eu finalmente aprendi rsrsrs